É normal querer manter tudo aquilo que nos faz e fez bem o mais próximo possível, tentar mantê-los sempre vivos na memória, mas nossa memória também possui uma capacidade máxima para que continue a trabalhar bem. Ficar se prendendo a detalhes do passado, por mais alegres que tenham sido pode, de alguma forma, impedir de viver o novo que o presente vem trazendo a cada dia e, aí sim, desconfigura a memória interna e é PANE na certa!
Numa mudança, é comum fazer uma seleção mais radical de tudo aquilo que vale a pena carregar consigo para o novo lar e jogar fora itens não tão necessários... Lógico que alguns destes itens jogados fora, em algum momento trouxeram alegria e ainda guarda uma boa lembrança, mas é necessário deixar pra trás as lembranças velhas que já não fazem sentido hoje e deixar espaço para ser preenchido por novos viveres.
É simples como arrumar uma gaveta cheia. Começando pelos papéis velhos, amasse-os ou rasgue-os e jogue tudo num saco de lixo. Talvez encontre uma carta antiga de alguém que há muito foi especial, cabe a você decidir se mantêm a carta na gaveta ou deixa o espaço livre para outra carta que poderá surgir. Talvez encontre fotos, presentes e outras coisas às quais ainda esteja muito ligada e sejam mais difíceis de deixar pra trás. Acontece. Vá com calma! Não há necessidade de se esvaziar de uma única vez. Na vida teremos muitas faxinas a encarar e, muitas vezes, é abrindo espaço aos poucos e permitindo ao novo entrar que percebemos o tanto de aprendizado que o velho nos concedeu, entretanto, ele não tem o mesmo lugar no presente porque o passado está passado e o presente é um presente.
A vida é feita de seleções. Selecione aquilo que te faz bem e deixe espaço para o novo, deletando de sua memória todas as emoções que, em algum momento, foram boas demais ou ruins demais e não cabem no hoje, por que tais recordações podem te impedir de caminhar. Por isso, abra suas gavetas, faxine com o coração e descarte tudo aquilo que tente frear seus passos!
Toda faxina requer força, requer esforço, requer dedicação e suor. Ande por sua casa, olhe em seus móveis, para quê continuar enfeitando sua estante com aquele anjinho de louça que certa vez caiu no chão e perdeu metade de uma das asinhas?! Ele já não é o mesmo anjo! Faça o mesmo com suas emoções, para quê guardar uma emoção rachada? Meio sentimento remendado?
Se não conseguir agora, embale todos eles numa caixa, amarre-a bem com cordas firmes e guarde no fundo do armário, no porão, no sótão... Qualquer lugar de difícil acesso. Eu farei diferente: Limparei minha casa, esvaziarei todas as estantes, jogo minha caixa lacrada no lixo e vou pra rua comprar novos enfeites!!!
Luilla Brito