De noite na cama ela se cobre, se enrola nos próprios braços e quase se dobra na esperança de reproduzir no corpo lembranças de tempos que em sua cama tinham outros braços, de um corpo outro que lhe protegia da solidão e que em nada pensou além de querer-lhe bem. Mas pensamentos não aquecem e outra vez um cobertor mais quente a acompanha com sua dor e ela, que já nem sofre tanto assim, sabe que basta sonear para fazer sua cabeça e espírito agirem e os mais vivos sonhos sonhar, dando lhe a sensação de continuar a viver enquanto desprende-se de seu corpo cansado e isolado permitindo a ele recompor em vida toda energia perdida.
Mas essa noite foi diferente, no meio de um sonho contente a menina despertou com o som da janela batendo contra a parede. Bastou perceber do que se tratava para levantar vagarosa e fechar aquilo que antes lhe permitira sentir a natureza refrescar o corpo, mas agora conduzia-lhe ao calor das noites de verão.
Durante a escuridão ela pôde reviver bons momentos, mesmo os proporcionados por seu mais antigo amor, sentindo como se continuasse a sonhar com a diferença que seus olhos podiam ver que as estrelas a cada instante diminuíam seu cintilar.
Durante a escuridão ela pôde reviver bons momentos, mesmo os proporcionados por seu mais antigo amor, sentindo como se continuasse a sonhar com a diferença que seus olhos podiam ver que as estrelas a cada instante diminuíam seu cintilar.
A noite clareou, o dia aos poucos surgiu e a menina que acordada sonhou não hesitou em levantar apressada, pois apesar de dormir quase nada, tudo que dela relembrou, apesar de em muita gente causar dor, nela só serviu para adubar seu corpo como a uma flor cujo melhor adubo é o mais verdadeiro amor.
Luilla Brito